quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O subterrâneo das cavernas amazônicas!

 As montanhas impressionantes na fronteira entre o Brasil, a Venezuela e a Guiana, escondem cavernas que deslumbraram o pesquisador Francesco Sauro pela primeira vez em 2009. 
 Sauro é membro do grupo de exploração geográfica internacional La Vent, composto por pesquisadores venezuelanos, brasileiros e italianos. "É um lugar único no mundo pelas paisagens, morfologia. Todos os que têm a sorte de vê-las têm uma experiência incrível", disse Sauro à BBC.
 O pesquisador explica que a logística para explorar as cavernas é complicada e arriscada. "Usamos helicópteros, mas não se pode chegar apenas por cima. Precisamos escalar as montanhas e é difícil levar todo o equipamento dessa maneira. Primeiro encontramos a entrada da caverna e depois a exploramos.
A equipe inclui pessoas com vasta experiência em rapel e escalada.  "Temos um código muito rigoroso de segurança", conta Sauro. "Descemos as paredes de montanhas de 200, 300, até 400 metros de profundidade. As pedras podem cair. Os rios também são arriscados."
  Em suas viagens, Sauro coleta dados sobre a química e a microbiologia das formações que encontra. Mas o lado científico é apenas um atrativo das cavernas - o outro são as suas belezas e os seus mistérios.
Sauro explica que o risco é compensado pelo 'mistério' que emana das cavernas. "Elas são completamente escuras e só a sua luz te ilumina, de modo que o visual é muito pessoal", descreve. "Tem também a idéia de ir aonde ninguém foi e, acima de tudo, de encontrar algo inesperado. Nas cavernas, essa sensação é muito forte".
 Sauro explica que, diferente de cavernas em outras partes do mundo, estas não são compostas de calcário, e sim feitas de uma rocha mais diversificada e antiga, criada há 1,8 bilhão de anos. "É um novo mundo que você tem que ir descobrindo e estudando lentamente", se anima.
 Algumas das formações mais curiosas são compostas de óxido de silício e foram moldadas ao longo dos anos por rocha fóssil formada por atividades de micro organismos em ambientes aquáticos (provavelmente bactérias). Acredita-se que estes essas rochas tenham 350 mil anos.
 Na região, além de vastas cavernas subterrâneas, a equipe já descobriu animais e novas espécies de minerais.


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